Como enfrentar a mudança de cargo
Quando chega a hora de assumir uma mudança profissional, o executivo deve fazer uma análise profunda sobre os fatores de oportunidade e de risco. Na maioria das vezes, as mudanças de cargo ocorrem quando se troca de empresa. Entretanto, em certas ocasiões, são as empresas que propõem aos seus funcionários remanejamentos para outra companhia ou para o desempenhar outra função.
Uma primeira abordagem do tema provoca a pergunta: as mudanças representam ou não uma promoção? As primeiras reações do executivo podem variar de acordo com sua percepção, desde a satisfação e o desejo de celebrar, até a total frustração. Para avaliar a mudança é imprescindível se perguntar: trata-se de avanço ou de retrocesso? A resposta deve ser o resultado de uma análise profunda, abordando oportunidades e ricos.
Outra reflexão: o que levou a empresa a propor essa mudança? Pode ser um passo a mais no plano de carreira, uma necessidade conjuntural ou uma combinação das duas coisas. De qualquer modo, o executivo constata que a empresa conhece seu potencial, já que nenhuma organização iria fazer proposta a alguém sem avaliar as probabilidades de sucesso.
Isso leva a outra pergunta: quais as possibilidades de êxito? O conhecimento sobre a empresa - estrutura, cultura, valores, modus operandi e canais de comunicação formais e informais - vai diminuir a percepção da novidade e aumentar a segurança e confiança do funcionário em si mesmo.
Além disso, é provável que as novas funções estejam correlatas às anteriores, e que a empresa se tenha assegurado que as qualificações do funcionário são pertinentes à mudança de cargo.
Ao mesmo tempo, cabe a pergunta: qual será o efeito sobre a motivação do executivo? A garantia de sucesso poderá ser suficiente para provocar uma forte motivação. Assim acontece em muitos casos. Entretanto, em outros, haverá dúvidas - e, pior, suspeitas - a respeito dos motivos que conduziram a empresa a propor a mudança.
Antes de tomar a decisão extrema de recusar a mudança, o executivo deve se perguntar: quais as oportunidades ou riscos que isso gera? Caso a mudança seja coerente e implique em um desenvolvimento profissional, surge uma longa lista de vantagens que enriquecem a experiência e o desenvolvimento da capacidade de liderança em outros cenários, o que permitirá optar por cargos ainda mais importantes no futuro.
Por outro lado, o executivo poderá pôr em prática outras capacidades muito importantes para os especialistas em seleção: a capacidade de aprendizagem e aproveitamento de oportunidades de crescimento profissional e pessoal; a atitude positiva e otimista e a flexibilidade para se adaptar a novos ambientes, situações e funções.
É possível recusar a mudança? Isso não costuma ser bem-visto pelas empresas. A negativa pode ser conjuntural (motivos pessoais ou desinteresse na área funcional); definitiva (caso a mudança represente retrocesso na carreira). Mais provável é que a recusa leve o executivo a sair da empresa.
Gazeta Mercantil, Vida Executiva, 30/05/2007
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