quinta-feira, 24 de abril de 2008

Re: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.

O mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:

1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque
não têm as qualificações requeridas.

2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos
porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não
poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava
delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no
longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir
sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos
um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto
nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com
a Fundação Alfred Nobel.

Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!

Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas
fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi
antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no
especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o
Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava
fazendo pós-graduação... só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas
depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do
proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele
falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto
geral, botou a van para funcionar.

Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

- Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as
Empresas modernas torcem o nariz:

O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.






domingo, 13 de abril de 2008

Em 2010, Brasil terá escassez de 44 mil especialistas em redes


O Brasil enfrentará uma escassez de aproximadamente 44,4 mil especialistas em tecnologias de redes (cerca de 29% da demanda) em 2010. O alerta é de um estudo realizado pelo IDC Latin America - braço do International Data Corporation (IDC) -, com o patrocínio da Cisco. Conforme a pesquisa, em 2007 o déficit no País era de 29,2 mil profissionais (27%).

Segundo o levantamento, a falta de expertise é grave, especialmente em áreas como telefonia IP, soluções sem fio, segurança, gerenciamento e administração de redes, consideradas tecnologias avançadas. Somente neste nível de conhecimento, a estimativa para 2010 é de uma carência de mais de 27 mil especialistas - hoje, o mercado nacional já enfrenta a falta de 17 mil profissionais com este perfil.

Diante da tendência de convergência dos sistemas de comunicação, tais especialistas passam a ser essenciais para dar suporte ao crescimento das empresas e da economia como um todo. "Neste cenário, em uma economia cada vez mais competitiva, que necessita de informações, integração e mobilidade, esse profissional se tornará cada vez mais imprescindível no mercado de trabalho", diz o presidente da Cisco do Brasil, Pedro Ripper.

Na opinião do executivo, para o País, ter um gap de pessoas com formação nessa área pode significar impactos negativos na economia, já que essa demanda de conhecimento não poderá ser suprida de uma hora para outra. "É necessária uma ação imediata do governo e dos educadores, que garanta a continuidade do desenvolvimento do País e das empresas, que têm muito a se beneficiar com a adoção de novas tecnologias."

Os especialistas em redes podem ter formação em qualquer curso de graduação, em áreas ligadas a TI, como Ciências da Computação e Análise de Sistemas, por exemplo. Também podem obter a expertise por meio de cursos de especialização, oferecidos por instituições como Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Fundação Bradesco e Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) de São Paulo, entre outros.

Atuando inicialmente como técnicos, eles podem chegar a cargos de gerência e direção nas empresas, atingindo até funções como Chief Technology Officer (CTO) ou Chief Security Officer (CSO). "Como a oferta começa a ser maior do que a demanda, a tendência é que esse profissional seja cada vez mais requisitado e, conseqüentemente, melhor remunerado", projeta Pedro Ripper.

Realizado desde março de 2007, o estudo do IDC Latin America analisou a situação atual de oferta e demanda por habilidades em redes em sete países: Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile, Costa Rica e Venezuela. No total, foram ouvidos aproximadamente 8,2 mil gerentes de TI de empresas de vários tamanhos e setores, incluindo governo, telecomunicações, saúde, educação e comércio.

De acordo com 46% dos entrevistados, o Brasil é o país onde há maior dificuldade em se encontrar candidatos tecnicamente qualificados. No México, a situação é menos grave, mas também exige atenção. No país, a carência em 2007 era de 20,3 mil profissionais (21% da demanda). Para 2010, a estimativa é de que faltem 28,7 mil especialistas em redes no país (24%). Por esta razão, mais da metade (54%) dos entrevistados demonstrou interesse em terceirizar os seus serviços na área de TI.

No total, 40% dos executivos consultados já utilizam a rede como forma de acesso remoto aos seus sistemas internos. Quase a totalidade (97%) dos entrevistados acredita que suas redes terão cada vez mais importância no futuro.

Em busca de soluções

Não é de hoje que o setor de tecnologia da informação como um todo enfrenta dificuldades para a obtenção de profissionais gabaritados. Conforme estatísticas do Ministério da Ciência e Tecnologia, o déficit atual de profissionais no segmento, hoje, já passa de 20 mil. Com uma previsão de crescimento de 11% no setor até o ano que vem, a tendência é de que a crise se acentue. A Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software (Softex), por exemplo, prevê, até 2012, um total de 230 mil vagas abertas em TI.

Além disso, conforme o IDC, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, deverá resultar em grandes investimentos nas áreas de infra-estrutura e TI, contribuindo significativamente para o aumento dessa carência de profissionais. E, neste contexto, a busca de especialistas em redes é apenas uma das variáveis da grande equação a ser solucionada pelo mercado.

Por isso, algumas empresas - entre elas a própria Cisco - já mantêm iniciativas que visam diminuir o déficit de conhecimento tecnológico. O Cisco Networking Academy, programa global de educação para capacitação em tecnologia das comunicações, é uma destas ações. No Brasil, mais de 12 mil estudantes já se formaram por meio do programa desde 2000.

Gazeta Mercantil/Vida Executiva/Marcelo Monteiro - 11/04/2008