quinta-feira, 24 de abril de 2008

Re: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.

O mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:

1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque
não têm as qualificações requeridas.

2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos
porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não
poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava
delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no
longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir
sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos
um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto
nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com
a Fundação Alfred Nobel.

Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!

Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas
fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi
antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no
especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o
Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava
fazendo pós-graduação... só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas
depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do
proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele
falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto
geral, botou a van para funcionar.

Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

- Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as
Empresas modernas torcem o nariz:

O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.






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